Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente.
A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas coisas boa da vida, infelizmente, não estão à venda. Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que uns guardas-roupas recheados de grifes importadas. Muito mais que um carro alemão. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta.
Chique mesmo é quem fala baixo.
Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio.
Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da sua conta. Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e às pessoas que estão no elevador. É lembrar do aniversário dos amigos.
Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na maneira de se vestir. Chique mesmo é olhar no olho do seu interlocutor. É "desligar o radar" quando estiverem sentados à mesa do restaurante e prestar verdadeira atenção à sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra. É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado.
Mas para ser chique, chique mesmo, você tem antes de tudo, de se lembrar sempre, do quanto a vida é breve e, de que vamos todos para o mesmo lugar. Portanto, não gasta sua energia com o que não tem valor, não despedice as pessoas interessantes com quem se cruzar e, não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem.
Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!
Trecho do livro "A quem interessar possa", de Gilka Aría.