BUMBA-MEU-BOI, 0 MAIS PURO ESPETÁCULO NORDESTINO.



O Bumba-meu-boi, cuja origem perde-se no passado, liga-se às antigas festas religiosas, de Natal e de Reis, no nordeste. Misturando improvisação e narrativa tradicional, o bumba-meu-boi é hoje uma festa profana, levada em qualquer época do ano, para divertir povo e turistas. Encenadas em arenas públicas, que podem ser uma praça, um pátio, uma quadra de colégio ou qualquer local numa ponta de rua.
Pode ter até 65 personagens, entre gente, bichos e figuras fantásticas. Porém, ultimamente vem apresentando número cada vez mais reduzido de figurantes, devido a dificuldades várias, que vão desde problemas financeiros até o desinteresse das gerações mais novas.
O tema é a morte e a ressurreição do boi. Figura importante da mitologia rural nordestina. Porém uma infinidade de subtemas fragmentados entram na narrativa, cuja unidade é dada pela participação permanente do Capitão Boca Mole, ligando um quadro a outro. Durante a função, os atores, acompanhados pela "orquestra" formada por zabumba, pandeiro e ganzá, assediam costantemente o público, arrecadando dinheiro que, com exceção de espetáculos promovidos por organismos turísticos, é uma única forma de remuneração.
As mulheres não participam da brincadeira. Exceto no coro que acompanha a encenação, quando é possível ouvir-se alguma cantadeira.
O teatrólogo e romancista Hermilo Borba Filho classificou os personagens do aouto em três categorias: "humanos, animais e fantástico, existentes desde que se tem notícia da representação na região nordestina.
Os principais são:
Capitão Boca Mole, comandante do espetáculo, cantando, dançando e dirigindo a entrada em cena dos demais. Arlequim, espécie de pajem do capitão. Mateus e Bastião, moleques espirituosos e irreverentes que, munidos de bexigas de boi cheias de ar, espancam os outros personagens e até o público, em peripécias ilariantes. Catirina, Uma negra despachada, que termina quase sempre casando com Mateus. A Pastorinha, dona do boi, que o perdeu e o procura pelos campos e cidades. O Tuntunqué, valentão que acaba desmoralizado.
Entre os animais, o principal é, naturalmente, o Boi, encontrado desacordado numa estrada e que dá início à trama. A Ema, o Cavalo-Marinho (montado pelo capitão) e a Burrinha (cavalgada por um vaqueiro e terror da garotada, por investir ameaçadoramente contra quem avançar muito na roda de espectadores) são outros bichos encontrados em todo bumba-meu-boi.
Finalmente, entre os personagens fantásticos destacam-se a Caipora, gênio maléfico, da mitologia indígena: Mané Pequenino, figura de mais de três metros, toda de branco: Jaraguá, fantasma de cavalo: Babau, figura grotesca encimada por uma caveira de burro.

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