• AQUI VOCÊ CONHECERÁ UM POUCO MAIS DA CULTURA POPULAR...

  • Edvaldo Melo

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CABOCLOS DE LANÇA





O caboclo de lança é personagem do Maracatu Rural ou de Baque Solto – também conhecido como Maracatu de Orquestra. A origem desse maracatu ainda não está totalmente desvendada. Uma parte dos pesquisadores é unânime em admitir a mistura das culturas afro-indígenas; outra, como resultado de manifestações populares – cambinadas, bumba-meu-boi, cavalo-marinho, coroação dos reis negros, caboclinhos, folia de Reis – existentes no interior de Pernambuco. É formado por personagens “sujos” – Mateus, Catirina, burrinha, babau, caçador –, um baianal, damas de buquê, dama do paço, calungas, caboclos de penas e de lança, e orquestra (caixa, surdo, gongué, cuíca ou porca, trombone e piston).

Até a década de 1920, os caboclos de lança, na sua maioria trabalhadores das lavouras de cana de açúcar, não despertavam tanto interesse nem fascinavam as pessoas, pois viviam e desfilavam nas cidades interioranas de Pernambuco. Na década de 1930, a decadência dos engenhos bangüês, o crescimento da indústria e a modernização da economia, resultante da Revolução de 1930, acentuaram o deslocamento do povo do campo para as cidades e o litoral. Com aquele povo, chegaram ao Recife as ricas tradições da Zona da Mata canavieira, inclusive e especialmente no carnaval, o maracatu rural e seus personagens.

O ritual que antecede a apresentação do caboclo de lança, quer no interior quer na cidade, envolve cerimônias que acontecem em terreiros, como a benção das lanças e da flor que carregam na boca, a consagração da Calunga (boneca representando a divindade, levada pela baiana), e a abstinência sexual dos homens, que começa alguns dias antes do carnaval. Bonald Neto (1991, p. 284) transcreve informações retiradas da entrevista realizada por Evandro Rabello com o caboclo de lança, Severino Ramos da Silva, de Goiana, que explica:


[...] os caboclos saem protegidos tanto pela “guiada” (a longa lança de madeira) [...] como pelo “calço” espiritual [...]. É o ritual da purificação [...] que apóia o caboclo disposto a sair num Carnaval. [...]
Por isso, antes de sair já na 6ª feira, começa a abstinência que faz o Caboclo, até a 4ª feira de Cinzas, não mais procurar mulher, nem tomar banho ”para não abrir o corpo”, obrigando-o a dormir mesmo sujo como veio da rua.
Na hora que vão sair no primeiro dia todos vão para a “mesa”. O Mestre faz um preparo que se bebe com uma flor dentro do copo e mais três pingos de vela santa.
Aí então o Mestre autoriza a saída do caboclo. Muitos saem com um cravo branco ou rosa na boca ou no chapéu para “defesa”, para fechar o corpo [...].
[...] a “rua” é sempre o exterior perigoso e repleto de riscos ocultos. Quem anda pelo “meio da rua” precisa estar “preparado” e protegido de todo o mal. Por isso os caboclos tomam o “azougue” [violento coquetel de pólvora, azeite e aguardente], preparado pelo Mestre. [...]
Ao voltarem, na quarta-feira, vão logo à Igreja tomar Cinzas e “se despedirem” de alguma coisa errada feita no Carnaval.



A roupa do caboclo de lança é um destaque. Ela é composta de:

· chapéu – antigamente, os caboclos traziam o ‘funil’ de papelão decorado. Atualmente, utilizam chapéu de palha ornado de fitas multicoloridas de papel celofane, onde predomina a cor do “guia” (amarelo: Oxum; azul: Iansã; vermelho: Xangô)
· lenço – colorido, amarrado na cabeça e, costurado nele, o chapéu de palha;
· rosto – a face é pintada com tinta vermelha, geralmente urucum.
· gola – há registro de que, na década de 1920, as golas eram aparato secundário, curtas, enfeitadas com areia prateada, pedaços de vidro e, por isso, pesavam muito. Na década de 1960, com a chegada da lantejoula, bem mais leve e barata, as golas cobriram o peito, os ombros e as costas e desceram até as nádegas, por cima do surrão. Feita de algodão ou veludo colorido, é forrada de chita ou popeline e bordada com lantejoulas e miçangas; na borda, coloca-se uma franja feita de lã. A gola é o destaque maior da fantasia. Inclusive, a sua confecção sempre foi feita pelos homens que compõem o maracatu rural, embora, atualmente, já tenha mulher bordando gola. É o caso de Lúcia da Silva, esposa do caboclo Zé do Carro, do Maracatu Cambinda Brasileira, que furou o bloqueio e impôs seu trabalho;
· camisa – de mangas compridas, estampada com cores vivas;
· ceroulão – calça de chitão;
· fofa – calça frouxa com franja, usada por cima do ceroulão; segundo Bonald Neto (1991, p. 288), fofa era o nome das meias: “[...] as calças de chita, com elásticos nas pernas, fazendo perneiras que entram pelas meias listradas, a que chamam a 'fofa', espécie de meião de goleiro [...];
· meião – usado para não ralar os joelhos quando executam as “caídas”, ajoelhando-se ou deitando-se;
· surrão – “a armação dos chocalhos, geralmente de madeira e coberto de pele de carneiro, fortemente seguros por alças de couro pelos ombros e pela cintura” que pesa até 15 k. Atualmente, a armação é coberta de lã de cor viva e possui uma bolsa confeccionada de pelúcia sintética, imitando o couro de carneiro; o surrão abriga, na altura das nádegas, um número variável, sempre ímpar, de chocalhos, para não trazer azar;
· sapatos – tênis brancos macios para aguentar a caminhada durante os três dias de carnaval;
· lança – a “guiada” tem dois metros, é feita de madeira imbiriba ou de quiri, cortada por eles mesmos na mata, assada e enterrada na lama por quatro a cinco dias para endurecer; depois é descascada e afilada na ponta de quatro quinas, antes de ser toda enfeitada por dezenas de metros de fitas coloridas, com cerca de 60 centímetros; depois, são levadas a um terreiro de umbanda para serem ‘calçadas’ (consagradas, batizadas com rezas e defumadores);
· óculos escuros e cravo branco na boca.


Um espetáculo à parte é a dança dos caboclos de lança quando de sua apresentação: a coreografia tem um ritual frenético, eles correm de um lado para o outro, agitam suas lanças e executam manobras chamadas de ‘caídas’.

Chegam curvando-se, erguendo-se e pulando o mais alto possível (GUERRA PEIXE apud SOUTO MAIOR (1991, p. 286)).
A lança, segura com as duas mãos, ‘brinca’ para o alto, para baixo e para os lados, afastando as multidões, enquanto o caboclo vem correndo, saltando e dançando... a cabeleira de tiras de celofane ou papel crepon multicolorida se abaixa e se levanta (REAL apud SOUTO MAIOR (1991, p. 286)).

Símbolos do carnaval de Pernambuco, os caboclos de lança podem ser encontrados no período momesco nas seguintes cidades: Igarassu, Nazaré da Mata, Buenos Aires, Tracunhaém, Carpina, Chã de Alegria, Lagoa de Itaenga, Feira Nova, Araçoiaba, Paudalho, Camaragibe e São Lourenço da Mata.

Dessas cidades, Nazaré da Mata, a sessenta e cinco quilômetros do Recife, é a que concentra cerca de vinte grupos de maracatu rural. Entre eles, o mais antigo é o Cambinda Brasileira, fundado em 1918 no Engenho Cumbe. O Leão Formoso é o segundo mais antigo (1980). Na década de 1990 foram criados: Águia Misteriosa, Leão Misterioso, Leão de Ouro, Cambinda Nova, Leão da Selva e Leão Africano. Em 2009, surgiu na cidade o Coração Nazareno, o primeiro maracatu rural do País formado só de mulheres.

Nazaré é considerada a Cidade dos Maracatus e, por isso, o governo do estado investiu na construção de uma peça temática, batizada de Parque dos Lanceiros, localizada logo na entrada da cidade. São esculturas de concreto do artista plástico recifense Cavani Rosas, com 3 metros de altura que reproduz os caboclos de lança nas posições clássicas de sua apresentação.





DANÇA CARIMBÓ


Carimbó é uma Dança regional, aculturada, que revela traços culturais lusitanos, negros e índios. O nome é de origem tupi - korimbó -, formado por duas palavras: curi que significa "pau oco: e mbó , que significa "furado". Posteriormente o povo foi trocando as letras do curimbó para corimbo - como ainda é chamado no município de Salinópolis - e para carimbó, como ficou nacionalmente conhecida a dança.
Tal qual os tocadores de batuque paulistas, cavalgam os tambores e os batem com as mãos, à quisa de varetas.
Os tambores são de 0,90 a 1,50 de comprimento, por 0,40 ou 0,50 de diâmetro, de troncos de árvores, escavados, com uma abertura lateral em toda a extensão para emissão do som e fechados numa das extremidades por pele de animal silvestre.
Os instrumentos que acompanham o Carimbó são: reco-reco, violá, ganzá, banjo, duas maracás e flauta. A união desses instrumentos deu à música do carimbó um ritmo único, envolvente e extremamente sensual.
A indumentária do Carimbó é a seguinte: homens com blusas lisas ou estampadas sobre calças lisas; lenço no pescoço, chapéu de arumã, dançam descalços. Mulheres usam blusas que deixam ombros e barriga à mostra, muitos colares e pulseiras feitos de sementes da região e saias rodadas ou franzidas coloridas ou estampadas, uma influência das danças do Caribe, de origem negra. Usam também, flores ou arranjos na cabeça e vários enfeites ao gosto das dançarinas. Também dançam descalças. Na coreografia a dança inicia-se com uma fileira de casais, onde o homem aproxima-se de seu par batendo palmas para convidá-la à dança. Elas aceitam o convite e iniciam um movimento circular, formando ao mesmo tempo, uma grande roda, e fazendo movimentos com a saia, com o único intuito de atirá-la sobre a cabeça de seu par. O homem dança o tempo todo, tentando se livrar da saia da mulher, pois se ela conseguir tal façanha, ele sai da dança vaiado por seus companheiros.
Depois de um determinado espaço de tempo dessa evolução, uma das dançarinas coloca no chão um lenço e o seu parceiro, de dorso flexionado para frente e braços levantados para trás, como asas, pernas abertas, tenta pegar o lenço com a boca, sem perder o ritmo, enquanto a dama, pegando a saia com as duas mãos, sacode-a, como se estivesse a enxotar um peru, e o grupo canta:
"O PERU ESTÁ NA RODA CHÔ PERU"
O Carimbó é também conhecido com outras denominações, tais como: curimbó, corembó, corimbó, curimã, simples variações fonéticas.
É uma dança típica do Pará e, em alguns de seus municípios como Salinas, Bragança, e em todos os localizados na Ilha do Marajó, há vários rítimos. No Soure é conhecida como Carimbó pastoril, já em Santarém, é conhecida como Carimbó rural. No município de Marapanim, arredores de Belém, estão alguns dos melhores grupos de carimbó da região, que guardam a fama de serem os maiores difusores do ritmo e da dança no Estado do Pará.

PROJETO VALE-CULTURA

Um total de 2 milhões de trabalhadores poderão ser beneficiados com o Projeto de Lei que institui o Vale-cultura (PL 5798/2009). Esta foi a projeção feita por Roberto Nascimento, secretário executivo de Fomento do Ministério da Cultura, durante a audiência pública realizada no dia 14 de setembro, no Recife que subsidiará o relator do projeto, o deputado federal Rubem Santiago (PDT-PE). Para quem não sabe o governo vai abrir mão de até 1% do imposto das empresas, (especialmente as que declaram lucro real, ou seja, as de lucro presumido não serão contempladas), para que estas forneçam o valor de 50 reais mensais para que o trabalhador consuma produtos culturais. O vale-cultura vai funcionar por meio de um cartão magnético que permite aos trabalhadores comprar ingressos de cinema, teatro e shows. Questionado sobre a transformação, na prática, do vale-cultura em subsídios a eventos fechados,ele explica que haverá a reformulação da Lei Rounet. "Eu defendo que o projeto do vale-cultura tenha como prioridade a utilização do dinheiro público para ampliar, regionalizar e democratizar o acesso à produção cultural. Um bom espetáculo não é necessariamente aquele que tem a produção mais cara. Há excelentes filmes de baixíssimo orçamento. O Estado não tem que seguir os interesses das empresas, quaisquer que sejam seus ramos na produção cultural".

SISTEMA NACIONAL DE CULTURA



Conheça como vai funcionar o Sistema Nacional de Cultura.

Tornar as políticas públicas de cultura uma política de estado. Essa é a proposta do Sistema Nacional de Cultura, que está em tramitação na Câmara Federal. O relator da PEC 416/05, Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) explica que o plano vai se basear nos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS). " Somos uma República Federativa e, nada é mais acertado que construirmos um sistema pelo qual a união federal, os estados e municípios tenham os mesmos mecanismos, programas e ações para a promoção da cultura. Alem disso, ao lado do Sistema, haverá a vinculação de receitas orçamentárias, já garantida pela proposta da Emenda Constitucional 150, com 2%, 1,5% e 1%, no mínimo, dos orçamentos da união federal, dos estados e municípios, respectivamente. O Sistema terá ainda fundos, Conferências e Conselhos como peças essenciais de seu dinamismo."

Para o coordenador do Sistema Nacional de Cultura, João Peixe, o sistema deve assegurar a continuidade das políticas públicas de cultura como políticas de Estado, num nível cada vez mais elevado de participação e controle social. ' Além disso, o sistema vai viabilizar estruturas organizacionais e recursos financeiros e humanos compatíveis com a importância que a cultura tem para o desenvolvimento do País".

Peixe defende o Sistema Nacional de Cultura afirmando que é o instrumento mais eficaz para responder a esses desafios atravéz de uma gestão articulada e compartilhada entre Estado e sociedade, seja integrando os três níveis de Governo, seja democratizando os processos decisórios intra e inter governos e, principalmente, garantindo a participação da sociedade. " Esses desafios não são fáceis de serem superados, pois essa concepção de gestão se confronta com cultura política tradicional que é da descontinuidade administrativa com as mudanças de governo", argumenta.

CULTURA EM PERNAMBUCO

ELABORAÇÃO, GESTÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS

ELEMENTOS DA CULTURA
* ANTROPOLOGIA, NOÇÕES
* CONCEITO SÓCIO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA
* CONCEITO ETNOLÓGICO DE CULTURA
* CULTURA NO SENTIDO HISTÓRICO
* CULTURA BRASILEIRA 2º ARIANO
* CULTURA SEGUNDO FREUD
* CULTURA ERUDITA
* CULTURA POPULAR
* CULTURA DE MASSA 1 E 2
* BENS CULTURAIS
* BENS TANGÍVEIS IMÓVEIS
* ATRATIVOS CULTURAIS
* ARTESANATO 1, 2 E 3
* QUALIDADE DA CULTURA
* QUALIDADE EM CULTURA CULTURAL
*TURISMIZAÇÃO & FOLKTURISMO
* O QUE É FOLCLORE 1, 2, 3 E 4
* CICLO QUARESMAL
* CICLO JUNINO
* CICLO NATALINO 1, 2 E 3
* CULTURA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

ANTROPOLOGIA, NAÇÕES
* Ciência da Humanidade e da Cultura que estuda o homem e suas obras.
* Divide-se em Antropologia Física: estuda origem, evolução, diferenças raciais das populações antigas e modernas.
* E Cultural, que estuda o homem como produtor de cultura e de comportamentos sociais.
* Relaciona-se com todas as ciências físicais e especialmente com as sociais: a Sociologia, a História, a Psicologia, a Geografia Humana, o Direito, a Economia e a Política.

CONCEITO SÓCIO ANTROPOLÓGICO DE CULTURA
“Conjunto integrado de hábitos, idéias e criações, transmitidas ou adquiridas, que perfazem o patrimônio vital de um grupo humano num determinado espaço geográfico e temporal.”

CONCEITO ETNOLÓGICO
*A maneira como as pessoas se adaptam ao meio ambiente atendendo às suas necessidade básica.
* A cultura é a expressão do humano.
* O modo de vida de um povo durante um certo tempo.
* aspecto do comportamento humano inseridos na estrutura da sociedade.
* Tudo o que é feito pelo homem.

CULTURA NO SENTIDO HISTÓRICO
* Entidade portadora de padrão existencial próprio.
* Segundo SPENGUEL: “A cultura é verdadeira assistente/ participante da evolução do homem.”
* É cada uma das unidades históricas:Cultural Paleolítica, Greco-Latina, Medieval, Colonial, Imperial, Contemporânea, etc.

CULTURA BRASILEIRA POR ARIANO SUASSUNA
* Somos um ramo da cultura ibérica profundamente modificada pelos negros e pelos índios, combinada com o mestiço – fusão das três – e mais os que vieram de fora.
* É no riquíssimo veio do espetáculo popular- dança, literatura e teatro – que deve ser buscado o humos.
* O caminho mais legítimo da cultura brasileira é se basear na cultura popular.
* Os testemunhos históricos e artísticos são as melhores MARCAS Culturais de uma região.

CULTURA POR FREUD
* Cultura é o somatório das produções individuais que distância o homem dos animais.
* Tem dupla finalidade:
- Proteger o homem contra a natureza. (CIÊNCIAS E TECNOLOGIA)
- Regular as relações dos homens em Sociedade. (MORAL & DIREITO)

CULTURA ERUDITA
* É “vasta e profunda”, oriunda\das elites, das classes dominantes, dos colonizadores.
* É o cultivo das “belas artes”, dos clássicos universais, a letrada “Cultura Superior” do “Mundo Civilizado”, ocidental e cristão.
* Para o turismo receptivo brasileiro não representa Atração Diferencial Absoluta.
* É comum a vários destinos turísticos.

CULTURA POPULAR
* É o legítimo bem cultural do povo.
* É o conjunto de conhecimentos, crenças, valores, artes, costumes populares, etc. transmitido entre gerações, vigentes num certo espaço de tempo de um grupo humano.
* Caracteriza culturalmente uma região, da a IDENTIDADE CULTURAL a uma cidade ou um DESTINO TURÍSTICO.

CULTURA DE MASSA DA INDUSTRIA CULTURAL
1 – Sub produto da tecnologia dos meios de comunicação e da produção seriada de objetos e bens culturais de 2ª classe. Fruto da colonização cultural e econômica. Cresceu no Brasil após a 2ª guerra, com a expansão dos meios de comunicação. Aumento das relações capitalistas, com a aldeia global , e a globalização da economia.

2 – Caracteriza-se pela:
UNIVERSALIZAÇÃO – Anti-nacional
HOMOGENEIDADE – Fórmulas de sucesso
BAIXA QUALIDADE – Gosto medíocre, barato, descartável, ordinário, de menor custo e preço de venda em massa.
PARONIZAÇÃO – De idéias e valores, modísticos, best seller, na vitrine da mídia, apenas ao erotismo, à violência, ao misticismo, ao exótico. Gera a senilidade do novo, para consumidores incautos e incultos.

BENS CULTURAIS
TANGÍVEIS
* Móveis: mobiliário livros, obras de arte, etc.
* Imóveis civis, militares, religiosos, etc.
* Sítios históricos, arqueológicos, etc.
ITANGÍVEIS:
* Folclore, tradições, musicais e danças, etc.
* Rituais, eventos, festas populares.
* Costumes, hospitalidade, crenças, valores,etc.

BENS TANGÍVEIS IMÓVEIS
* Arquitetura: civil, religiosa, militar, funerária.
* Cidades Históricas
* Setores Históricos
* Sítios arqueológicos

ATRATIVOS CULTURAIS
1-HISTÓRICOS CULTURAIS: Bens móveis e imóveis, mobiliário, jóias, telas, documentos, etc. até arquitetura civil, religiosas e militar.
2-SÍTIOS HISTÓRIOS E ARQUEOLÓGICOS: Cidades, ruas, edifícios, cavernas grutas, pedras com inscrições rupestres.
3-USOS E COSTUMES: Festas e festejos tradicionais-sociais, agrárias, tradicionais, religiosas, cívicas, etc.
4-FEIRAS E MERCADOS; Locais de comercialização de produtos típicos regionais, artesanato, etc.
5-NOTÁVEIS REALIZAÇÕES TÉCNICAS, ARTÍSTICAS OU CIENTÍFICAS CONTEMPORÂNEAS.
6-INSTIRUIÇÕES CULTURAIS DE ENSINO, PESQUISA E LAZER: Cidades universitárias, Atelier Brennand, Disneylândia.
7-ACONTECIMENTOS PROGRAMADOS.

ARTESANATO – ARTE POPULAR
* Atividade popular criativa, que utilizando certas técnicas, transforma material natural, bruto, em um OBJETO ou PRODUTO ÚNICO, capas de satisfazer uma necessidade ou desempenhar uma função estética, prática ou social.
* É uma habilidade tradicional anterior à industrialização. Espontânea, exige sensibilidade especial do artesão que trabalha com suas próprias mãos e instrumentos, geralmente rudimentares, sempre antevendo o produto acabado final.
* Diferente da atividade industrial onde o operário produz objetos seriados, anônimos, impessoais, despersonalizados.
* O artesanato valoriza as atrações culturais e encanta o visitante que prefere as lembranças da cultura popular.

ARTESANATO – Características
* ORIGINALIDADE: Peças únicas
* REALISMO: Cenas figurativas ou lúdicas
* FUNCIONALIDADE: Peças utilitárias.
* O artesanato é valorizado em todo o mundo. Nos EUA, Europa, México e Ásia vivem milhões de artesãos, com milhares de empresas, cooperativas artesanais, museus, mercados e feiras especializados.

ÁREAS ARTESANAIS EM PERNAMBUCO
* LITORAL-MATA: Goiana, Itamaracá, Igarassu, Olinda/Recife, Tracunhaem, Cabo, Palmares, Timbaúba/Mocós, São José da Coroa Grande.
* AGRESTE: Gravatá, Bezerros, Caruaru, Limoeiro, Passira, Águas Bela, Fazenda Nova, Santa Cruz do Capibaribe, Garanhuns, Pesqueira/Poção.
* SERTÃO: Arcoverde, Salgueiro, Floresta, Tacaratu, Petrolina, Ibinirim.
* PRINCIPAIS PRODUTOS: cerâmica utilitária e lúdica, pintura, tapeçaria, talhas, esculturas, trançados, redes, sapatos, xilogravuras, móveis rústicos, bordados, crochê, sulanca, arte indígena de fibras, sementes, pedras, peles, chifres, penas, couro e santos em madeira e cerâmicas.

QUALIDADE DA CULTURA
* Cultura significa o modo de vida de um povo e manifesta-se nos seus atos e fatos.
* Esses modos de vida representam generalizações de comportamentos globais ou parciais da sociedade. Sendo social, seletiva, manifesto ou inconsciente, é a manifestação original, a MARCA.
* Ela é padronizada e se completa na INTEGRAÇÃO CULTURAL, caracteriza um lugar\ou país.

QUALIDADE EM TURISMO CULTURAL
* Em turismo QUALIDADE refere-se à excelência do serviço aliado ao produto, permitindo a plena satisfação das expectativas do turista e garantindo a sua finalidade de consumidor.
* Na oferta turística as atrações naturais e culturais tem QUALIDADE quando preservam suas características originais.

TURISMIZAÇÃO & FOLKTURISMO
* É quando o turismo parasita a cultura popular, focando o “exótico” grotesco das manifestações e recriando atividades tradicionais, como atividades econômicas.
* Resulta em produtos culturais falsos ou em novas categorias de atividades sócio-econômicas e culturais.

O QUE É FOLCLORE?
De Folk + Lore = Sabedoria do povo ( Willian Jhon Thon, 1856 )
* É O CONJUNTO DE COISAS que o povo de um lugar e durante determinado tempo histórico pensa, crê, faz e passa, pela tradição, de uma para outra geração.
* ABRANGE costumes, tradições, autos, músicas, danças, contos, poesia popular, esportes folclóricos, objetos lúdicos e utilitários artesanais, até comportamentos, valores, maneira de falar, de trabalhar, de lidar com amor, a morte e as doenças, até as supestições, crenças populares e festas tradicionais.
* CARACTERIZA-SE PELO anonimato, transmissão oral, aceitação coletiva, tradicionalidade e funcionalidade.

FOLCLORE
* É a identidade cultural tradicional de um povo, numa região, durante um certo tempo.
* É a ciência da cultura tradicional nos meios populares dos países civilizados
* É dinâmico, nacional, regional, conservador, com manifestações originais da MEMÓRIA ARCÁICA, imprensas nas matrizes universais da humanidade. Por exemplo: o grande dilúvio, o tabu do incesto, o rico avarento, etc.

O FOLCLORE ESTUDA
* Todo o acervo de conhecimentos, usos, costumes, idéias gerais, matrizes da memória nacional, hábitos, supestições, preceitos, tabus, artesanato, brinquedos infantis, danças, esportes, folguedos, musicais, cordel, aboios, cantigas-de-ninar, pelejas e desafios, trava-línguas, artes plásticas, autos, cultos e poesias populares, comidas e bebidas, crenças, culto aos mortos, festas e folguedos, etc.
* São estudados nos CICLOS FOLCLÓRICOS.

CICLO CARNAVALESCO
1-Ancestrais influências das festas pagãs grego romanas: Bacanais romanos e as
* SATURNALIAS. O carnevale – (adeus a carne) influência cristã
* Tradições carnavalescas na idade média. A batalha do gordo carnaval e da magra quaresma nos tempos da reforma religiosa (1550). O sábado e a terça-feira gorda.
2- Influências no carnaval pernambucano: do entrudo português às festas venezianas e os carnavais de Nice. O corso, bailes de máscaras, confetes e serpentinas, o lança-perfume e os desfiles de carros alegóricos no carnaval do recife.
3- As agremiações carnavalescas: os maracatus de baque solto e baque virado, clubes de frevos, as troças, os blocos de sujos, de donzelos, de virgens, papangus, etc.- os ursos, os bois, as caveiras e alminhas (origens medievais). As tribos de índios, caboclinhos e bonecos gigantes, eu-sozinho, escola de samba, afoxés, etc. O instrumento do frevo, a dança do passo e os capoeiras. As raízes musicais do frevo.
4- Data de início. Festa móvel: 40 dias antes do domingos de ramos.
5- Gastronomia de carnaval: sarapatel, bate-bate, filhoses, cerveja e batidas e sucos.

O CICLO QUARESMAL
* Origem no CAREME ENTRANT = entrada no tempo de não comer carne. O tempo de abstinência, e penitência para a páscoa.
* Período da 4ª feira de cinzas ao sábado de aleluia. O domingo da ressurreição. O drama da paixão em Pernambuco.
* Os ritos, as tradições e a gastronomia da semana santa. As procissões: origens e tradições. Os rituais religiosos, o ofício de cinzas, a procissão do Senhor morto na sexta-feira, a matraca, a vigília, a ceia do senhor, o lava-pés. A missa de aleluia. A palma benta do domingo de Ramos.
* As manifestações populares: a malhação e a queima do Judas.
* O jejum e os saborosos ( e o pecado da gula ) pratos da semana santa. Tipos e ingredientes principais.

CICLO FOLCLÓRICO JUNINO
* INÍCIO: 19 de março dia de São José com plantio do milho, 13 ( Santo Antônio ), 24 ( São João ), e 29 de junho ( São Pedro e São Paulo )
* ORIGEM: Festa agrária, ritos mágicos do fogo e da fertilidade, solistício do verão europeu. No Brasil coincide com a colheita do milho e o inverno, é a maior festa popular do interior do nordeste.
*OS SANTOS JUNINOS: Santo Antônio ( Ogum / Ode ), São João ( Xangô ), São Pedro (Exu), e São Paulo.
* EVENTOS: Fogueiras, trezenas, acorda povo, bandeira de São João, arraiais, girândolas, bacamarteiros, fogos, balões, forrós, tomadas de fogueira, casamento-matuto, quadrilhas.
*GASTRONOMIA: Milho, côco e açúcar, rapadura, bolos, pudins, pamonhas, canjicas, milho assado e cozido, cuscuz, munguzá, grude, tapioca, queijo de coalho, batata-doce, pé de moleque.
* MÚSICA: Banda de pífano, xaxado, baião,xote, marcha junina, etc.

CICLO NATALINO – TEMPO DE FESTAS
*PERÍODO: de 06 de dezembro a 06 de janeiro: festa de Nossa Senhora da Conceição (Iemanjá ), nascimento de Cristo, natal, ano novo e Reis Magos.
* TRADIÇÕES UNIVERSAIS: árvore de natal, presépio, sinos, velas vermelhas, papai Noel ( Klaus ou Santo Nicolau, da Rússia ), ceia natalina, troca de presentes, réveillon, missa da meia noite, castanhas assadas, canções e corais natalinos, vinhos, perus assados, frutas cristalizadas, doces e licores importados.

NATAL: TRADIÇÕES NORDESTINAS
*Além de tradições universais as festas de pátio de igrejas, as retretas, os pastoris infantis e de ponta-de-rua, as lapinhas e a queima das lapinhas, os parques de diversão, os circos, mamulengos ( PE ), João redondo e Babau ( PB ), missa do galo, autos natalinos e marítimos, reisados, guerreiros e fandangos ( AL ), marujadas (PI ), nau catarineta ( PB ), festas dos Reis magos de Carpina, espetáculo de natal de Fazenda Nova, côcos-de-roda, cirandas, bumba-meu-boi, cavalo-marinho, bacamarteiros, bailes nos clubes.

NATAL: GASTRONOMIA NORDESTINA
* Desde as tradicionais ceias natalinas ao estilo europeu e mais os sorvetes, pães, queijos regionais, bolos finos de trigo, milho, macaxeira e mandioca, pastéis, compotas de frutas da época, bolos e sequilhos de goma, bolo Souza Leão, sucos de fruta, castanhas confeitadas, cervejas, vinhos de jurubeba, de jenipapo e os finos vinhos de petrolina, fios de ovos, os pernis, patos, capões e peixes assados, farofas de ovos e caldeirão de munguzá, no ano novo, para dar sorte, etc.

CULTURA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
* Cultura é produto permutável e consumível, verdadeira indústria cultural.
* Como indústria cultural, é um segmento da economia, que na sua dinâmica, apropria-se da expressão de valores simbólicos de uma determinada sociedade e os transforma em mercadoria.
 
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